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Léo Lins se manifesta após condenação: 'O humorista interpreta um personagem no palco'

Humorista foi sentenciado a mais de oito anos de prisão e multa de quase 2 milhões de reais

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 5 de junho de 2025 às 20:34

Léo Lins critica decisão da Justiça
Léo Lins critica decisão da Justiça Crédito: Reprodução

Léo Lins se pronunciou na noite desta quinta (5) após ter sido condenado a oito anos de prisão e 3 meses por falas preconceituosas em show de comédia, transmitido em 2022. A juíza avaliou que as piadas humilharam minorias, funcionando como um discurso de ódio. Já o humorista discorda da intérprete da lei e, por meio de vídeo de 12 minutos ele defendeu que a pena não se justifica. 

Na sala de casa e com um semblante triste, Léo argumentou que as falas foram feitas por uma persona cômica de natureza ficcional e não como a "pessoa Leonardo Lins". Ele criticou a decisão da Justiça que disse não ter nenhum embasamento teórico e ter sido baseada no site "Wikipedia".

Leo Lins por Divulgação

“Antes de me pronunciar, eu quis ler toda a sentença da juíza que condenou um humorista, no caso eu, há mais de 8 anos de prisão e uma multa de quase 2 milhões. Esse vídeo não é de piada. Eu tô em casa com os meus gatos. Aqui a pessoa Leonardo de Lima Borges Lins e não o comediante Leo Lins. Uma persona cômica criada ao longo de anos que faz piadas ácidas, críticas e que sabe que nem todas as piadas são para todas as pessoas”, iniciou em pé na sala de casa.

O comediante defendeu que o humor é uma arte, assim como o teatro e o que é feito no palco não pode ser levada de forma literal. “Talvez nem todos saibam, mas o humorista num palco interpreta um personagem, uma persona cômica. Na construção do texto nós utilizamos figuras de linguagem, hipérbole, metáfora e ironia numa licença estética e, portanto, uma análise literal desse texto não se aplica na estrutura do cômico”, disse.

Ele disse ainda que o show dele tem avisos para deixar claro que se trata de um ambiente de uma obra artística. “Show de humor, apresentação de stand-up comedy, obra teatral, ficção, você está entrando em um teatro, está em um canal do humorista Leo Lins", exemplifica. 

'Sociedade infantilóide'

Léo se disse preocupado com o rumo que a sociedade tem tomado. “Parece que as pessoas perderam a capacidade de interpretar o óbvio. Estamos vivendo uma das maiores epidemias dos últimos tempos, a da cegueira racional. Os julgamentos são feitos puramente baseados em emoção e ninguém quer mais ouvir o próximo, quer no máximo convencê-lo da sua própria verdade. Isso pode trazer consequência para qualquer pessoa, mas no caso de um juiz, de uma juíza, pode trazer consequências gravíssimas”, falou o humorista. 

“Concordar com sentenças como essa é um atestado que nós somos adultos infantiloides sem a menor capacidade de discernir o que é bom ou ruim para nós e precisamos de um estado falando do que você pode rir, o que você pode ouvir, o que você vai poder comer, o que você pode falar e até um dia o que você pode pensar”, completou.

Por fim, Leo Lins agradeceu o apoio de parte do público e de pessoas influentes, como o humorista Danilo Gentilli.“Agradeço aos colegas, familiares, aos humoristas, juristas, jornalistas. Eu recebi milhões, milhares de mensagens. Confesso que foram foi acima da minha expectativa as pessoas que estão se posicionando a meu favor e claro, a vocês, as milhões de pessoas que acompanham o meu trabalho. Eu sempre falo que vocês são muito importantes para mim e me dão força para continuar seguindo em frente.”, afirmou.

“Eu tenho fé que no fim vai dar tudo certo, até porque se rir virou crime, o silêncio virou regra”, declarou, terminando o vídeo com positividade.

Condenação

Léo Lins foi condenado em primeira instância no último dia 30 por decisão em primeira instância foi proferida pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelas falas que foram veiculadas em um vídeo publicado no YouTube. A publicação alcançou mais de três milhões de visualizações e foi suspensa um ano depois por decisão judicial.

Na gravação, o comediante faz uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, pessoas soropositivas, indígenas, nordestinos, judeus, evangélicos, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQIA+. Na sentença, a Justiça considerou agravante o fato de as declarações terem sido proferidas em um contexto de descontração, pois o evento em questão era um show de comédia.