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Donaldson Gomes
Publicado em 5 de junho de 2025 às 05:00
Calvário do licenciamento >
A morosidade dos processos de licenciamento ambiental na Bahia estão se tornando verdadeiros testes de paciência e até mesmo de fé. Tem empresas grandes, com projetos capazes de gerar muitos empregos e renda no interior do estado, penando para conseguir respostas do Inema, confidencia um interessado que, por razões óbvias, prefere manter o seu nome no anonimato. Além do que o estado deixa de ganhar, seja indiretamente com a movimentação econômica gerada pelos empregos, seja diretamente com a engorda de sua arrecadação, ainda tem o prejuízo de reputação para a atração de novos investimentos. “Como é que eu vou colocar dinheiro em um lugar em que até para conseguir a autorização para fazer supressão vegetal em uma área pequena, é um verdadeiro parto? A preferência é por lugares em que a visão é outra”, diz. Um megainvestidor afirma que a Bahia “já foi” amigável e hoje não vale a pena trazer os seus bilhões para ar meses esperando uma resposta. >
Pouca gente>
O que se diz é que no Inema a situação chegou ao fundo do poço, com muitos processos acumulados, o que torna imprevisível os prazos para respostas. A bem da justiça, não falta boa vontade dos bons funcionários do órgão, o problema é que eles são poucos, em comparação com a demanda de serviço. Em muitos casos, os empreendedores esperam por meses até que o órgão ambiental peça algum tipo de alteração, ou acréscimo de documentos. Têm histórias de licenças que só foram liberadas depois de alguns anos, entre muitas idas e vindas. Quantas vezes o cenário econômico se modificou, ou quanto a Bahia e os baianos deixaram de ganhar com toda essa lerdeza? Uma outra empresa, que ainda aguarda pacientemente por uma resposta, estima já ter perdido algumas dezenas de milhões.>
Legislação>
Há alguns anos, a Bahia aprovou uma série de modernizações em sua legislação ambiental, que se tornou uma das mais modernas do país – fato reconhecido por todos no setor. O problema é que não adianta muita coisa ter uma lei moderna, sem a capacidade de fazê-la ser cumprida. Ou seria sem vontade?>
Mercado quente>
O volume de fusões e aquisições na Bahia cresceu mais de 150% no primeiro trimestre, segundo relatório da KPMG. De janeiro a março deste ano, foram efetuadas 8 operações, contra 5 no mesmo intervalo do ano ado. Com esse resultado, o estado ou da 13ª para 7ª posição no ranking com 20 unidades federativas. Os setores que tiveram mais negociações foram os de tecnologia da informação e companhias energéticas – três em cada – e mineração, com duas. Com relação ao tipo de operação realizada, das oito concretizadas no primeiro trimestre de 2025, quatro foram realizadas entre empresas brasileiras; três envolveram cidadãos não brasileiros adquirindo capital de companhia no país (tipo CB1); e uma foi de companhia de capital brasileiro comprando, de estrangeiros, capital de empresa estabelecida no exterior (tipo CB2). “O levantamento mostra que a Bahia segue o percurso de desenvolvimento no setor de negócios. Com esse crescimento, o maior estado da região Nordeste mostra o grande potencial atrativo, não apenas para o setor de turismo, mas em todas as áreas de investimento econômico do país”, diz Ray Souza, sócio de mercados regionais da KPMG no Brasil.>
Foco no agro>
Um dos maiores players do país no mercado de aluguel de plataformas aéreas, a AuraBrasil, mira, agora, o setor do agronegócio para alcançar um aumento de até 15% no seu faturamento nos próximos dois anos. Em sua primeira participação na Bahia Farm Show, entre os dias 9 e 14 de julho, em Luís Eduardo Magalhães, a empresa vai apresentar o manipulador telescópico, equipamento amplamente utilizado no agronegócio norte americano e europeu e as torres de iluminação led e solar que permitem o trabalho noturno com zero emissão de carbono, alimentadas por baterias abastecidas por painéis solares. As plataformas elevatórias têm ampla aplicação na construção e manutenção de silos, correias transportadoras, usinas de processamento de alimentos, entre outros. A AuraBrasil, que pertence ao Grupo Luiz Mendonça, aposta que este mercado poderá responder com até 30% do faturamento da empresa nos próximos cinco anos, equiparando-se ao setor de construção civil.>
Financiamento solar>
A Bahia registrou um crescimento de 62% nos pedidos de financiamento de placas fotovoltaicas em 2024, segundo dados da Financeira do Santander, referência nacional em crédito para projetos de energia solar. No Nordeste, região estratégica para o segmento, a expansão foi ainda mais expressiva: alta de 150%. Já as simulações realizadas por parceiros e clientes no primeiro trimestre de 2025 cresceram 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A região concentra 7,23 GW de geração solar distribuída — 19,7% do total nacional — e 9,17 GW de geração centralizada, mais da metade da produção do país. A expectativa é que a capacidade de exportação de energia do Nordeste aumente 30% até 2029, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico. “O aumento na busca por financiamento mostra que o brasileiro está atento às vantagens da energia limpa. Nosso papel é facilitar esse o com agilidade e segurança.”, afirma Cezar Janikian, diretor da Financeira do Santander.>
Clima junino>
Com a proximidade das festas juninas, o Assaí Atacadista projeta um aumento de 20% nas buscas por alimentos típicos do período na Bahia. Alta se dá tanto pela demanda de clientes pessoa física, quanto empreendedores que buscam se abastecer para atender à demanda da época. “O São João é, sem dúvidas, uma das festas mais importantes e tradicionais para nós baianos. Além de fortalecer a cultura, movimenta o cenário econômico do estado, gerando renda aos empreendedores que ganham destaque nessa época”, comenta Fábio Santos, diretor regional da rede na Bahia.>