e sua conta
Ainda não é ?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso !
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Por que praça da Pituba deixou de ser tranquila e virou palco de violência?

Duas pessoas já foram esfaqueadas na região nos últimos dois anos

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 27 de maio de 2025 às 05:10

Praça Ana Lúcia Magalhães
Praça Ana Lúcia Magalhães recebe diariamente crianças, animais, idosos e pessoas que desejam fazer atividades físicas Crédito: Evandro Veiga

Um espaço para fazer atividades físicas, para levar a criançada para aproveitar o parquinho ou colocar o pet para se exercitar. A Praça Ana Lúcia Magalhães, no encontro da Pituba com o Itaigara, em Salvador, era um lugar onde os moradores poderiam fazer suas tarefas cotidianas sem grandes preocupações. Hoje, a atenção precisa ser redobrada para não virar alvo do próximo ataque criminoso. Para alguns dos residentes do entorno do equipamento, a falta de policiamento é uma das grandes explicações para os episódios de violência cada vez mais frequentes.

“A violência, de modo geral na Bahia, está crescendo. Não há autoridades para barrar isso”, opina um morador aposentado, que não quis se identificar. Ele mora na região há cerca de 20 anos e acredita que os casos de assalto no bairro estão mais frequentes em decorrência da presença pouco expressiva da polícia. “Poderia ter mais policiamento, deveriam estar mais presentes, andar e circular na região”, diz.

Outra moradora, que eava com o cachorro durante a noite desta segunda-feira (26), aponta que o fechamento da unidade do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), da Rua das Hortênsias, a aproximadamente 180 metros da praça, também é um fator que colabora para a insegurança do local. “Quando tinha a delegacia aqui a gente se sentia mais seguro, mas o DHPP saiu daqui e gente fica mais vulnerável”, declara.

O CORREIO procurou a Polícia Civil para se pronunciar sobre a sensação de insegurança deixada pelo encerramento das atividades no DHPP, mas não houve retorno.

Apesar da situação do bairro, ela também concorda que há uma violência em expansão na cidade de Salvador de forma generalizada. “Não é um problema da Pituba nem desta praça. A cidade todas está assim. Tenho amigos que moram na Graça e no Rio Vermelho, é a mesma coisa, todo mundo vive no mesmo momento”. Quanto ao policiamento, a moradora afirma que costuma ver policiais ando pela praça, mas, no máximo, até o começo da noite, por volta das 19h, o que gera apreensão para os residentes. “É o horário que pode acontecer qualquer coisa. Você está na rua, todo mundo está voltando para casa, é o horário que mais deveria ter policiamento até umas 21h, mas eles vão embora, e a praça fica abandonada”, lamenta.

A funcionária de uma sorveteria nas redondezas concorda com a moradora. “Eles veem que não tem aquele policiamento direto. Também não há uma punição adequada, então eles fazem de cara limpa mesmo, sem medo do que pode vir a acontecer depois”, sugere.

Um terceiro morador, no entanto, acredita que, após um residente ser esfaqueado em uma tentativa de assalto no ado, a presença da PM tem sido mais frequente na praça, mas não o suficiente para frear a atividade criminosa. Ele conta que os principais alvos de roubos de correntes e celulares são mulheres e idosos. “Depois que a polícia começou a intervir, diminuiu. Quando a polícia sai, eles voltam. Acho que eles ficam ando e quando não veem a polícia, eles sempre voltam a atuar”, diz.

O homem foi esfaqueado no dia 9 de abril de 2024, por volta das 15h40, quando voltava do trabalho. Segundo testemunhas, dois criminosos tentaram assaltar a vítima, que reagiu ao assalto, e a esfaquearam em seguida. Eles conseguiram fugir antes da chegada da Polícia Militar. Na época, um morador do bairro contou ao CORREIO que outros três assaltos ou tentativas de assalto aconteceram na praça nas duas semanas anteriores ao crime. “Uma das jovens eles jogaram no chão e a senhora eles deram um soco”, contou, se referindo às vítimas. "E esse rapaz, já partiram para a faca na jugular dele". Após o ocorrido, o homem faleceu.

Já em 2023, a vítima era uma atendente de farmácia. A mulher trabalhava em uma unidade da Drogaria São Paulo, localizada na Rua das Hortênsias, a cerca de 100m da Praça Ana Lúcia Magalhães. Três homens armados chegaram ao local e deram voz de assalto. Segundo a Polícia Civil, o trio roubou medicamentos e outros produtos, além dos celulares das funcionárias. A funcionária foi ferida no ombro e encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE). Um dos suspeitos chegou a ser localizado na Rua Luís Portela da Silva, a aproximadamento 1,4 km de distância do local do crime, mas conseguiu fugir em direção a um matagal.

“Em qualquer lugar a gente está sujeito a isso. Eles ficam andando de bicicleta, talvez identificando uma vítima mais frágil, mais vulnerável para fazer o assalto, mas eu ando alerta”, diz outra moradora, sem se identificar.

Manhã de terror

Um tiroteio acabou com a tranquilidade da Praça Ana Lúcia Magalhães por volta das 11h30 da manhã do último domingo (25). De acordo com testemunhas, a praça estava cheia quando os disparos aconteceram e crianças e adultos se jogaram no chão na tentativa de buscar abrigo para se proteger. Segundo moradores, durante uma tentativa de assalto um policial que estaria à paisana no momento do ocorrido teria flagrado o crime e interveio com um disparo de arma de fogo contra o suspeito, que fugiu.

"Durante a fuga, outro homem ainda não identificado atirou contra o suspeito, atingido na perna uma pessoa que ava no local, a qual foi socorrida para o HGE [Hospital Geral do Estado] e não corre risco de vida", disse a Polícia Civil. Já a PM informou, em nota, que uma equipe da 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foi acionada com uma denúncia de disparo de arma de fogo na Rua Padre Manoel Barbosa, nas imediações da Praça Ana Lúcia Magalhães. "No local, os militares confirmaram a presença de um homem ao solo, consciente, vítima de disparo de arma de fogo. O SAMU foi acionado e o homem socorrido para uma unidade de saúde". Segundo moradores, a PM não fazia o policiamento do local no momento do incidente.