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Gilberto Barbosa
Publicado em 27 de maio de 2025 às 05:15
Com o objetivo de promover a pluralidade na disseminação de informações na internet, o governo federal lançou, na tarde desta segunda-feira (26), o projeto ‘Incubadora de Soluções’ para incentivar o jornalismo negro, periférico e independente. O lançamento ocorreu durante o 15º Fórum da Internet no Brasil, realizado em Salvador.>
A iniciativa é executada pela Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Ministério da Igualdade Racial (MIR). A intenção é fortalecer micro, pequenas e médias iniciativas jornalísticas, com foco naquelas de origem negra, periférica e independente. >
Ao todo, R$ 15 milhões serão investidos para a gestão da ‘Incubadora de Soluções’. De acordo com o secretário executivo da Secom-PR, Tiago Cesar dos Santos, cinco em cada dez municípios brasileiros são considerados desertos de notícias, representando 14% da população nacional. >
“A existência da democracia e do jornalismo se retroalimentam e para essas pessoas a democracia chega mais tarde. Esse é um o importante para garantirmos a sustentabilidade do jornalismo e criarmos uma estrutura que seja inclusiva, diversa, plural e geograficamente atuante”, falou. >
Para a diretora da Secretaria de Políticas Digitais da Secom-PR, Marina Pita, o programa é um meio de promover a integridade do ecossistema jornalístico, garantindo o o à informação para todos. “O ecossistema digital mudou muito, com uma concentração de publicidade em poucos agentes. É preciso encontrar novas formas de ter jornalismo em mais localidades”, afirmou.>
O lançamento contou com a presença de donos de mídias independentes. Um deles foi Jefferson Borges, criador e diretor-geral do portal Nordesteeusou, com foco nos bairros do Complexo do Nordeste de Amaralina. “Isso serve para potencializar ainda mais o jornalismo comunitário, porque nós fazemos uma comunicação de dentro para fora da comunidade. Nós moramos lá e mostramos um outro lado do nosso bairro, focado na cultura, no entretenimento, diferente do que é feito pelas mídias tradicionais, que é focada apenas na violência”, falou.>
A assessora especial do MIR Andressa Almeida enfatizou a importância do projeto na luta pela igualdade racial. “Essa é uma resposta a um cenário de desinformação, de questões com inteligência artificial e um avanço para a garantia da autonomia dessas mídias que trabalham para a democracia. Não existe democracia, nem jornalismo com racismo. Que possamos fortalecer as mídias populares não apenas para elas terem voz, mas também serem donas das suas próprias narrativas”, disse. >
*Com orientação do editor Miro Palma>