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Religiosos denunciam demolição de terreiro em Salvador, e Inema alega irregularidades

Espaço é ocupado por famílias no Parque de Pituaçu

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 9 de junho de 2025 às 16:11

Frequentadores do Ilê Axé Oyá Onira’d, no bairro Pituaçu, em Salvador, foram surpreendidos com a demolição do terreiro
Religiosos dizem que foram surpreendidos com a demolição Crédito: Marina Silva/CORREIO

Frequentadores do Ilê Axé Oyá Onira’d, no bairro Pituaçu, em Salvador, foram surpreendidos com a demolição do terreiro na manhã desta segunda-feira (9). Uma equipe coordenada por equipes do Governo do Estado demoliu três casas por estarem instaladas irregularmente dentro de uma área de proteção ambiental. Os religiosos, por sua vez, denunciam intolerância religiosa e dizem que não foram avisados da ação. 

Naiara Santos, ialorixá do terreiro, conta que a área foi comprada há oito anos. Ela afirma que não sabia, na época, que se tratava de uma área de proteção ambiental inserida no Parque Metropolitano de Pituaçu. A localidade é conhecida como “Florestinha” e fica na região do Alto de São João. Nos últimos anos, os religiosos fizeram assentamentos e transformaram o espaço em local de culto aos orixás. 

A líder religiosa conta que reuniões foram realizadas com órgãos do governo para buscar uma solução consensual para a ocupação indevida neste ano. Nesta segunda-feira (9), ela foi surpreendida com a demolição. "Chegaram aqui por volta de 9 horas para demolir o terreiro sem que fôssemos notificados sobre isso. Várias pessoas estavam aqui, inclusive crianças", diz Naiara Santos. 

Frequentadores do Ilê Axé Oyá Onira’d, no bairro Pituaçu, em Salvador, foram surpreendidos com a demolição do terreiro
Naiara Santos, ialorixá do terreiro Crédito: Marina Silva/CORREIO

Uma notificação extrajudicial de janeiro deste ano determinou que obras não fossem construídas no terreno e que os bens da área fossem retirados voluntariamente. "Para mim, essa medida é uma intolerância religiosa porque deveríamos ter sido avisados que a demolição aconteceria", denuncia Naiara. Quatro famílias vivem atualmente no local, que é frequentado por outras 15. 

O que diz o Inema 

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão responsável pela gestão do Parque Metropolitano de Pituaçu, ressalta, em nota, que o terreiro é uma ocupação irregular e que, por isso, foi demolido. "A medida, realizada de forma pacífica e pautada pelo diálogo, é necessária para garantir a preservação ambiental de um dos mais importantes fragmentos urbanos de mata atlântica de Salvador, com vegetação nativa em diferentes estágios de regeneração e que abriga espécies da fauna e flora", pontua. 

O órgão afirma que acompanha o caso desde dezembro de 2024, quando pessoas ocuparam uma estrutura "inacabada e abandonada" no interior do Parque. "Após visita técnica, foi constatado o impacto ambiental da permanência do acampamento no local, incluindo riscos de contaminação do solo, descarte irregular de resíduos, uso indevido de recursos naturais e ocupação em área de preservação permanente (APP)", completa o Inema. 

Ainda segundo o órgão, a notificação extrajudicial de janeiro deste ano foi uma medida preliminar. "Mesmo após ciência formal do documento, a ocupação irregular foi mantida, descumprindo as normas ambientais e os princípios legais que regem as unidades de conservação", pontua. A área que o terreiro ocupava será incluída no cronograma do Projeto de Requalificação do Parque de Pituaçu, segundo o Inema.

Frequentadores do Ilê Axé Oyá Onira’d, no bairro Pituaçu, em Salvador, foram surpreendidos com a demolição do terreiro por Marina Silva/CORREIO