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Líder de ocupação de hotel em Patamares diz que ainda não há planos para grupo deixar imóvel

Decisão judicial determina que famílias deixem o antigo Hotel Sol Bahia Atlântico nesta quarta-feira (4)

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 4 de junho de 2025 às 15:27

Grupo é flagrado entrando em imóvel onde funcionou Hotel Sol Bahia Sleep
Grupo é flagrado entrando em imóvel onde funcionou Hotel Sol Bahia Sleep Crédito: Reprodução

prazo para que o grupo que ocupa o antigo Hotel Sol Bahia Atlântico, em Patamares, deixe o imóvel termina nesta quarta-feira (4). Mesmo assim, não há previsão para que as famílias ligadas ao Movimento Social de Luta por Moradia e Cidadania da Bahia (MSMC) deixem o espaço hoje, segundo o presidente da organização, Carlos Alberto Araújo dos Santos. Ele afirma que o grupo vai permanecer no local "até o apagar das luzes". 

Carlos Alberto conversou com a reportagem no início da tarde desta quarta-feira (4), depois de ser conduzido e prestar depoimento na Central de Flagrantes de Salvador. Ele diz que sofre ameaças desde que o grupo ocupou o edifício localizado na orla da capital, no último sábado (31). Segundo Carlos, cerca de 800 pessoas estão no prédio do antigo hotel. As famílias vieram de diferentes bairros, como Cajazeiras, Bairro da Paz, Paripe e Periperi. 

"O nosso desejo é respeitar a decisão do juiz, mas lutar para garantir a essas mulheres e mães de família a condição de uma moradia melhor, mesmo que seja provisória. Elas moravam em áreas de alta periculosidade, de aluguel ou de favor", diz Carlos Alberto. Segundo ele, o espaço era utilizado para desmanches de carros. A empresa responsável pelo imóvel, a Anak Consultoria Imobiliária, nega que o antigo hotel estivesse abandonado. 

Em entrevista ao CORREIO, o representante da imobiliária, o advogado Paulo Vieira, afirmou que funcionários trabalham fazendo a segurança do imóvel, onde funciona uma oficina de carros. "As atividades do hotel foram paralisadas durante a pandemia, e a Anak solicitou junto à prefeitura [autorização] para fazer uma reforma geral de instalações, que está em tramitação desde 2024", detalhou. 

Após a ocupação do final de semana, a Anak Imobiliária entrou com pedido de reintegração de posse no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que determinou que o grupo deixe o hotel em 72 horas. O prazo termina nesta quarta-feira (4). O Hotel Sol Bahia Atlântico era considerado de quatro estrelas e contava com 191 quartos durante a operação, encerrada em 2020. 

"Queremos garantir um direito primordial, que é o direito a uma moradia digna. Colocar mulheres, crianças e idosos na rua é um crime muito maior do que ocupar, de forma provisória, uma propriedade abandonada", defende Carlos Alberto. Questionado sobre o cumprimento da decisão judicial, o líder do movimento informou que ainda não há previsão para a saída do grupo. "Nós vamos tentar [permanecer] até o apagar das luzes. Se for para desocupar, vamos ter que cumprir a ordem do juiz", completa. 

Relembre o caso

Durante o último final de semana, dezenas de pessoas ocuparam o espaço onde já funcionou o hotel de quatro estrelas, na orla da capital baiana. Vídeos de moradores flagraram a ação do grupo, que estava uniformizado. A polícia foi chamada e conduziu Carlos Alberto Araújo dos Santos, um dos dirigentes do movimento, até a delegacia. Enquanto isso, a Anak Consultoria Imobiliária, atual dona do imóvel, ingressou com a ação de reintegração de posse, exigindo que o grupo deixe o local.

Atividades do hotel foram paralizadas em 2020, durante a pandemia por Reprodução

A estrutura do imóvel é precária e há entulho amontoado em diferentes partes do edifício. O Movimento Social de Luta por Moradia e Cidadania da Bahia defende que o espaço estava abandonado. Mulheres, crianças e idosos fazem parte do grupo. No sábado (31), agentes da 39ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Boca do Rio/ Imbuí) foram acionados e conduziram seguranças do edifício e integrantes do movimento à Central de Flagrantes.

"Ao chegarem, os militares mantiveram contato com três funcionários do responsável pela edificação, bem como com um homem que se apresentou como representante do grupo que adentrou o local", informou a corporação em nota. Dezenas de pessoas permaneceram no prédio mesmo após o registro da ocorrência. O representante jurídico do movimento solicitou a suspensão da reintegração de posse no prazo de 72 horas, o que não foi aceito pela Justiça.