Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 16 de maio de 2025 às 08:44
O cenário político da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) esquentou após o afastamento do presidente Ednaldo Rodrigues, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), na quinta-feira (15). Logo após a destituição do atual comandante da entidade, 19 presidentes das federações am um manifesto pela ‘renovação do futebol brasileiro’, acenando positivamente para a possibilidade de novas eleições. >
O documento, que não cita Ednaldo, abre caminho para que Fernando Sarney, interventor nomeado pelo TJRJ durante o afastamento do atual presidente, inicie o processo de escolha de um novo nome para comandar a CBF. O documento assinado pelos presidentes das federações mostra a falta de apoio que Ednaldo tinha no cargo antes mesmo de ser destituído pela Justiça.>
Ao todo, existem 27 federações na CBF. Dentre estas, apenas as de Bahia, São Paulo, Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais e Pernambuco não am o manifesto. Ednaldo chegou a convocar uma reunião no início da semana por conta da possibilidade de destituição, mas saiu ainda mais enfraquecido diante da falta de apoio dos presidentes das federações.>
Essa é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado do cargo pela Justiça. No primeiro afastamento, o presidente contou com uma decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar ao cargo.>
Leia o manifesto na integra:>
"MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.>
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.>
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.>
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.>
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, irada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país.">